O QUE É A ANSIEDADE
A ansiedade é uma resposta complexa do organismo diante de situações percebidas como desafiadoras, ameaçadoras ou desconfortáveis. Ela envolve uma combinação de niveis: físico, cognitivo (Mental) e emocional.
Nível Físico: A ansiedade desencadeia uma série de reações no corpo como parte da preparação para enfrentar uma possível ameaça. Isso inclui o aumento da frequência cardíaca, respiração acelerada, tensão muscular e a liberação de hormonas do stress. Essas respostas fisiológicas são uma herança evolutiva que prepara o corpo para ação imediata.
Nível Cognitivo (Mental): A ansiedade está frequentemente associada a padrões de pensamento negativos, preocupações excessivas e antecipação de eventos futuros de forma apreensiva. Pode haver uma tendência a superestimar ameaças potenciais e subestimar as próprias capacidades de enfrentar a situação. Os pensamentos ansiosos podem tornar-se intrusivos e difíceis de controlar.
Nível Emocional: Em termos emocionais, a ansiedade está ligada a sentimentos de medo, apreensão e nervosismo. Essas emoções podem variar de intensidade, desde uma leve inquietação até ataques de pânico intensos. O impacto emocional da ansiedade pode interferir no bem-estar emocional global e na qualidade de vida.
Diferença entre Ansiedade Normal e Transtornos de Ansiedade: A ansiedade é uma resposta natural a estímulos estressantes e desafiadores na vida cotidiana. Entretanto, quando a intensidade e a duração dessas respostas ultrapassam o considerado normal e começam a afetar negativamente a vida diária, podemos estar diante de um transtorno de ansiedade.
Transtornos de Ansiedade Comuns: Alguns transtornos de ansiedade incluem o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno do Pânico, Fobias Específicas, Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e Transtorno de Stress Pós-Traumático (TSPT).
É importante destacar que a ansiedade, quando moderada, pode ser uma resposta adaptativa, ajudando-nos a lidar com desafios. No entanto, quando se torna persistente é prejudicial, procurar ajuda profissional é fundamental para aprender estratégias para promover o bem-estar mental.
SINAIS
Os sinais e sintomas da ansiedade podem variar de pessoa para pessoa, dependendo da intensidade da resposta ansiosa. Alguns dos sintomas mais comuns incluem:
Preocupação Excessiva: Pensamentos persistentes e excessivos sobre eventos futuros, muitas vezes relacionados a problemas financeiros, saúde, trabalho ou relacionamentos.
Inquietação ou Agitação: Sensação constante de nervosismo, agitação física, dificuldade em relaxar.
Fadiga: Cansaço persistente, mesmo sem atividade física extenuante.
Tensão Muscular: Contraturas musculares, especialmente na região do pescoço, ombros e costas.
Problemas de Sono: Dificuldade em adormecer, permanecer dormindo ou experienciar um sono não reparador.
Irritabilidade: Sensibilidade aumentada a estímulos externos, propensão a ficar irritado ou nervoso com mais facilidade.
Dificuldade de Concentração: Dificuldade em focar em tarefas, esquecimento de detalhes importantes.
Sintomas Gastrointestinais: Problemas como dores de estômago, náusea, diarreia ou obstipação, frequentemente associados ao stress.
Reações Físicas Exageradas: Respostas físicas intensas a situações que não são objetivamente ameaçadoras, como palpitações, tremores, suor excessivo e falta de ar.
Pânico: Em casos mais graves, podem ocorrer ataques de pânico caracterizados por uma sensação avassaladora de medo, acompanhada por sintomas físicos intensos.
Evitação de Situações Desencadeadoras: Tentativas de evitar situações que possam desencadear ansiedade, levando a limitações nas atividades diárias e sociais.
É importante notar que todos experimentam ansiedade em algum momento, mas quando esses sintomas tornam-se persistentes, excessivos e interferem nas atividades diárias, pode ser indicativo de um transtorno de ansiedade.
CAUSAS
A ansiedade pode ser influenciada por uma combinação complexa de fatores biológicos, psicológicos e ambientais. Aqui estão alguns dos fatores de causa mais comuns associados à ansiedade:
Genética: A predisposição genética pode desempenhar um papel na suscetibilidade aos transtornos de ansiedade. Se há uma história familiar de ansiedade ou outros distúrbios mentais, o risco pode ser aumentado.
Desregulação Neuroquímica: Desequilíbrios nos neurotransmissores, como a serotonina, noradrenalina e GABA, podem contribuir para o desenvolvimento de transtornos de ansiedade. Esses neurotransmissores desempenham um papel importante na regulação do humor e na resposta ao stress.
Fatores Ambientais: Experiências traumáticas, abuso, eventos stressantes ou um ambiente familiar tenso podem contribuir para o desenvolvimento da ansiedade. Traumas na infância, em particular, têm sido associados a um maior risco de transtornos de ansiedade na vida adulta.
Stresse Crónico: Altos níveis de stress contínuo, como pressões no trabalho, problemas financeiros ou conflitos familiares, podem desencadear ou agravar sintomas de ansiedade.
Personalidade: Indivíduos com determinados traços de personalidade, como perfeccionismo, tendência a preocupações excessivas ou baixa tolerância à incerteza, podem ser mais propensos a desenvolver transtornos de ansiedade.
Problemas de Saúde Física: Condições médicas crónicas, dores persistentes ou desequilíbrios hormonais podem contribuir para o desenvolvimento de ansiedade.
Consumo de Substâncias: O uso excessivo de substâncias como álcool, cafeína, nicotina ou drogas ilícitas pode aumentar a vulnerabilidade à ansiedade.
Alterações Hormonais: Mudanças hormonais, como as ocorridas durante a puberdade, menstruação, gravidez ou menopausa, podem influenciar os níveis de ansiedade.
Condições de Saúde Mental Coexistentes: A presença de outras condições de saúde mental, como depressão, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), pode estar associada a um aumento do risco de ansiedade.
Fatores Socioculturais: Pressões sociais, expectativas culturais, estigma relacionado à saúde mental e mudanças na sociedade podem influenciar a manifestação da ansiedade.
É importante notar que a ansiedade é uma condição multifatorial, e muitas vezes vários desses fatores interagem de maneiras complexas. Além disso, cada pessoa é única, e o que desencadeia a ansiedade pode variar significativamente de um indivíduo para outro.
COMO A HIPNOTERAPIA PODE AJUDAR NA ANSIEDADE
A hipnoterapia é uma técnica terapêutica que envolve um estado de concentração intensa e foco, frequentemente induzido por sugestões verbais e relaxamento profundo. No contexto do tratamento da ansiedade, a hipnose pode ser utilizada como uma ferramenta complementar, e alguns estudos sugerem que pode ser benéfica para algumas pessoas. Aqui estão algumas maneiras pelas quais a hipnose pode ajudar a tratar a ansiedade:
Relaxamento Profundo: Durante uma sessão de hipnose, os terapeutas frequentemente ajudam os pacientes a atingir um estado de relaxamento profundo. Isso pode reduzir a resposta física ao stress, como a tensão muscular e a frequência cardíaca elevada, ajudando a aliviar os sintomas de ansiedade.
Acesso ao Inconsciente: A hipnose pode permitir um maior acesso ao inconsciente, onde as crenças e padrões de pensamento subjacentes podem ser explorados. Isso é útil para identificar e abordar pensamentos e comportamentos negativos associados à ansiedade.
Reprogramação de Padrões Negativos: Durante o estado de hipnose, os terapeutas podem fornecer sugestões positivas e construtivas para ajudar a reprogramar pensamentos e comportamentos negativos associados à ansiedade. Isso pode contribuir para a criação de padrões mais saudáveis.
Controlo de Respostas Fisiológicas: A hipnose também pode ser utilizada para ajudar a pessoa a ganhar mais controlo sobre as suas respostas fisiológicas ao stress, como a regulação da respiração e a gestão da resposta de “luta ou fuga”.
Visualizações Positivas: A hipnose muitas vezes incorpora visualizações e imagens mentais positivas. Isso pode ajudar os indivíduos a criar uma associação mental mais positiva com situações que costumavam desencadear ansiedade.
Foco na Autoaceitação e Autoestima: Através da hipnose, os terapeutas podem trabalhar na promoção da autoaceitação e autoestima, abordando questões subjacentes que podem contribuir para a ansiedade, como baixa autoestima ou pensamentos autocríticos.